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Ter ou Ser: eis a questão

Ter ou Ser: eis a questão

Por Dulci Alma Hohgraefe, educadora e escritora

 

Este dilema ou questionamento encontramos em muitas reflexões, normalmente como excludentes, isto é, somente podemos optar por TER ou SER. Mas será que são mesmo excludentes ou é possível encontrar um ponto de equilíbrio e/ou comunhão entre eles?
Bem, vamos primeiramente analisar o que é o TER, cujo maior sinônimo e ideia predominante é possuir. Logo vem a ideia de posse de coisas materiais; mas será que não podemos possuir habilidades e virtudes? Se admitirmos essa possibilidade, o TER já amplia consideravelmente seu significado.
E o SER, o que significa para nós? No dicionário encontramos como sinônimos, entre outros, existir e tornar-se. Seguindo este raciocínio, o SER em questão poderia ser entendido como o nosso potencial de vida, aquilo que nos tornamos ou podemos nos tornar nesta existência.

Muitas vezes podemos ser melhores, aplicando as riquezas que já conquistamos tanto no campo material como nos campos emocional, psicológico e espiritual. FOTO: Pexels

É exatamente este o ponto que quero trazer para reflexão. Se SER significa as potencialidades desenvolvidas, é também TER, pois no momento em que as conquistamos, passam a fazer parte de nós. É aí que o TER deixa de ser exclusivo da materialidade, este conceito arraigado e excludente.
Da mesma forma, muitas vezes podemos ser melhores, aplicando as riquezas que já conquistamos tanto no campo material como nos campos emocional, psicológico e espiritual. O que tenho pode me incentivar e auxiliar a ser melhor, a desenvolver virtudes como a compaixão, solidariedade, empatia, entre tantas.
Quando conseguimos aplicar o TER para somar ao SER, estendendo sentimentos e gestos nobres aos nossos irmãos de caminhada, estaremos alavancando o progresso da humanidade e exercitando o aprendizado da Lei do Amor, nos aproximando àquilo a que viemos.
Partindo do pressuposto de que só podemos dar o que já conquistamos, precisamos ter vivências que nos conduzam ao crescimento e melhoria em todas as áreas da vida. Somos hoje nossa melhor versão, mas sabemos das imensas potencialidades que temos e poderemos ainda desenvolver, trazendo à tona a centelha divina em nós, tornando-nos cocriadores nesse lar comum, com o que TEMOS e SOMOS.

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