Esse deveria ser um questionamento constante em nossas vidas, pois nos colocaria diante de nossa essência, deixando fluir os mais íntimos desejos e vontades, esquecendo os outros, os costumes e as práticas vigentes, atendendo ao eu verdadeiro, o que realmente somos e a que viemos!
E o que nos dificulta ou impede de atender aos anseios de nossa alma? Seria insegurança, falta de vontade ou de coragem? Ou ainda poderia ser acomodação, receio de ser diferente ou não andar com a manada?
Poderíamos elencar inúmeras possíveis causas de abandonar nossa natureza íntima, aquilo que nos mantém vivos e nos impulsiona à frente mesmo diante de obstáculos aparentemente instransponíveis; dificilmente seria uma única causa, nos enquadraríamos em várias.
Diante desse complexo quadro, acredito que o que mais nos tira do prumo são a distração e a falta de foco, pois estamos expostos a tantas informações e atrativos que temos dificuldade em selecioná-los e descartá-los, ou seja, dirigir nossa energia para o que realmente interessa.
Mas o que realmente interessa nessa jornada chamada vida? É uma pergunta direta que não permite subterfúgios e evasivas, mas exige um olhar atento e verdadeiro para nós mesmos, ou seja, autoconhecimento, com autenticidade e determinação.
Será que estamos preparados para esse desafio, e mais ainda, dispostos a pagar o preço? Queremos realmente procurar dar sentido e significado à nossa existência ou queremos apenas viver no modo automático sem atentar aos propósitos da alma?
Vocês podem estar achando muitas perguntas sem respostas ou receitas, mas somente a partir de reflexões e questionamentos é que poderemos chegar ao âmago do ser e construir uma jornada com valores verdadeiros que tragam realização e plenitude.
Certamente é uma opção delicada e exige trabalho constante e muitas vezes hercúleo, mas que uma vez assumida traz enormes benefícios em todas as áreas, do psicológico ao biológico, pois reflete um bem-estar e uma certeza de que tudo vale a pena quando atendemos aos anseios da alma.
O bem-estar que podemos sentir quando assumimos a que viemos, seguindo nossa intuição e estando atentos às inspirações que o universo nos propõe são maravilhosos e nos enchem de uma sensação de completude tão intensa que todo o demais deixa de fazer sentido e torna-se pequeno e superável.
A certeza de estarmos a caminho nos fortalece e desencadeia a confiança de que está tudo certo, a esperança de que só o melhor virá, acalmando nossa insegurança e medos, trazendo paz de espírito e alento necessários para seguir em equilíbrio e harmonia na trajetória evolutiva dessa contínua e ascendente espiral da vida, com exuberância e beleza!
Dulci Alma Hohgraefe
Educadora e escritora